Temos uma relação de amor, não achas?
Temos uma relação de amor, não achas? Todos os dias olho para ti e penso o quão bonita tu és e que sorte que eu tenho por te ter aqui. Outras vezes, com receio que não consigas ler os meus pensamentos, digo-o mesmo em voz alta. E quando tudo isso não é suficiente deslizo, com muito cuidado, as mãos pelas tuas folhas verdes e brilhantes.
Quando os teus ramos secam, podo-os e deito-os fora. Não devemos guardar aquilo que já passou…
Tento dar-te a atenção e o alimento necessários. Nem água a mais nem a menos. Sem água não terias alimento, irias morrer em vida. E é tão triste morrer em vida… Muita água iria sufocar-te. Faria com que as flores caíssem, tornaria flácidas as tuas folhas. Por vezes é difícil gerir isso, vou usando algum bom senso e muito carinho para manter esse equilíbrio alimentar. Para isso, estou atenta aos mais ínfimos sinais. Fico feliz quando vejo um botão a nascer, uma nova folha, um novo ramo. Afinal, quero o teu sucesso! Mesmo sendo, por vezes, uma espectadora longínqua, quero-o. E é tamanha a alegria quando vejo uma flor! Caramba, como me sinto feliz! Eu e os outros, não é? Aqueles que aqui chegam e, dia após dia, olham para ti e dizem: “como está bonita!”. Ou então: “olha, tem folhas novas!”. Sentes isso, não é? É tão bom quando alguém vibra pelo nosso amor.
Acredito que aqui se respira alegria e tranquilidade. Dizem que é do Yoga. A cada prática as pessoas saem mais fortes e mais felizes. Também és testemunha disso. Suponho que isso também te alimenta e te faz feliz. É nesta alquimia que vivemos. Nesta transmutação de elementos. Nesta busca pela pedra filosofal.
Temos uma relação de amor. Já lá vão quase 3 anos.