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A matemática das palavras
Sempre gostei das manhãs, em especial da manhã do dia 1. O um é pleno, parece indivisível. O 31 ficou para trás, já não nos pertence. É um somatório de várias coisas. Por outro lado, no 1, tal como nas manhãs, vislumbramos futuro, respiramos melhor. Chuvosas ou solarengas, são sempre o início de algo, são serenas, um manancial de possibilidades. O que teremos feito com o nosso 1 quando chegarmos novamente ao 31? Será que nesta embrulhada da vida vamos só somar “trinta-e-uns”? Voltemos ao 1, porque é tudo que temos agora. Procuremos, pelo menos, seguir os seus passos. Qualquer número multiplicado por 1 volta sempre a esse número. Voltemos sempre a casa. Uma casa onde somos mais plenos, indivisíveis e não um somatório de nadas. Feliz ano!
Amizade
Há uns dias observava uma conversa de amigos. Deitavam conversa fora, falavam de tudo e de nada, de temas de interesse comum, outros nem tanto. Há pessoas com quem nos alinhamos muito para além da conversa. São aquelas pessoas que abrandam a nossa respiração, que desembaciam as nossas vidraças e nem sequer o sabem. Deixamo-nos levar pelas suas palavras, pelo que achamos ser uma troca intelectual, mesmo até quando a conversa não tem tanto interesse quanto isso. Temos curiosidade pelos seus interesses e vivências muitas vezes tão distintos dos nossos. Quando essas conversas acabam levamos para casa uma estranha e até inexplicável sensação. Talvez devido a um olhar, sobre um transeunte, um comentário inocente, mas assertivo sobre uma situação ou um desabafo tímido e curto sobre uma situação mais pessoal. A conversa terminou. Observei, enquanto se afastavam. Não sabiam, mas havia algo de diferente na forma como caminhavam. Mais leves, com mais silêncios. Não sei quando se iriam encontrar novamente. Sei que cada um fez diferença na vida do outro. Sei que no fim daquele dia ou passado uma semana tomariam consciência disso. Há sintonias que transportam palavras, mas vivem muito para além destas. Devíamos ter uma antena especial para não as deixar escapar pelos dedos da nossa vida.